PGR omitiu versões divergentes de Mauro Cid em delação contra Bolsonaro
Depoimentos mais recentes do ex-ajudante de ordens contestam aspectos da acusação de tentativa de golpe, mas não foram considerados pela Procuradoria-Geral da República.


A Procuradoria-Geral da República (PGR) tem utilizado as declarações de Mauro Cid como elemento central para embasar a denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), associando-o a uma suposta tentativa de golpe. No entanto, a acusação omite falas do ex-ajudante de ordens que se contrapõem a essa narrativa. O tenente-coronel, desde que firmou seu acordo de delação premiada, em setembro de 2023, alterou suas versões sobre os eventos em diversas ocasiões.
Em áudios que vazaram, Cid afirmou estar sendo pressionado a relatar acontecimentos que não ocorreram. Contudo, em novembro de 2024, ele modificou seu depoimento, temendo perder os benefícios da delação e ser novamente preso. Ao analisar os três depoimentos prestados entre novembro e dezembro de 2024, fica evidente que o conteúdo desses relatos não foi considerado pela PGR, nem mesmo para estabelecer um contraditório.
Lamentamos, mas a reprodução de conteúdo desta página não é permitida.